segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Uns dias para esqueçer

Que terríveis dias estes ! Estou a passar pelos dias mais infelizes da minha vida ! Estou a perder a minha Mãe !


Um desmaio simples, uma viagem repentina ao Hospital mais próximo. Aquele olhar de soslaio dos responsáveis da ambulância querendo-me dizer que o assunto era sério.

Detectado um ABC. Tristes letras de um inicio que protagonizam um fim.

A partir desse momento, não consegui conter-me mais. Uma profunda angústia levou-me ao desespero, senti aquela pressão no peito, aquele vazio, aquela perda de um Amor

Nesse mesmo dia, despedi-me do meu Pai que viajava para o Brasil. A Mãe ficou, porque padecia de algumas dores e precisava de alguns cuidados médicos A Mãe só voltava para o Rio no final deste mês. O Pai embarcara de Manha para o Rio de Janeiro, estava precisamente a chegar quando aconteceu esta desgraça.

Aos poucos comecei a ficar trémulo, porque o desespero dominou-me. Nada podia fazer para inverter a situação. Restou-me apenas a esperança do acordar, do susto de tudo voltar para o normal.

No desenrolar das horas seguintes, a família foi chegando e por cada palavra amiga, os meus sentimentos arrebentavam em lágrimas de revolta,

Mas não estava ainda tudo perdido, tentámos tirar da cartola todos os amigos médicos para resolvermos tal situação para que num passe de mágica conseguisse-mos, solucionar a situação.

Até que um médico cirurgião que estava de plantão e alertado por um grande amigo nosso, veio ter connosco e num passe de verdade, informou-nos o que não queríamos ouvir. A Mãe está muito mal !

Foram as palavras, que ouvi, mais tristes de toda a minha vida! Que pesadelo, que violência tão atroz. Estava a perder a minha querida Mãe !

Mas, enquanto à vida há esperança, foram as palavras proferidas pelo médico, querendo atenuar o nosso desespero latente. Ficámos completamente indefesos, o medo apoderou-se de todos nós, não estávamos a aceitar tal situação, tão terminal, tão radical, tão violenta.

Tivemos que enfrentar as horas seguintes, as horas decisivas, aferir as lesões do ABC. Foram horas muito longas porque no silêncio da noite foi possível rever o filme da nossa vida, rever todos aqueles momentos que marcarem o Amor de Mãe, aquela palavra conselheira, aquela palavra sem mentira, aquela palavra proferida de “Amor Único”da nossa Mãe.

Fomos todos ver a Mãe, aquele corpinho indefeso jazido naquela cama, chamamos “ Mãe, querida Mãe” então vais recuperar ! Afagámos-lhe o rosto, beijamo-la, mas nada.

Não obtivemos as habituais palavras que a nossa Mãe, nos dizia! Oi querido filho!

E o tempo foi passando, todos nós afangando-lhe o rosto e nada ! A Nossa querida Mãe, estava a afastar-se de nós ! A nossa querida Mãe estava a preparar-se para entrar numa outra Vida, que concerteza só poderá ser um local muito bonito, para receber a MELHOR MÃE DO MUNDO. A MINHA MÃE.

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Publicitário na pré-reforma Desgostoso com estes governantes mas com vontade de agitar ...