terça-feira, 25 de outubro de 2011

Algumas passagens nesta vida

Algumas passagens da minha vida. Um curriculum da minha vida .

Num momento de reflexão, tentei fazer um C.V. para enviar a uma Empresa. Começei a descrever e notei uma certa insatisfação da minha parte, porque não conseguia transmitir em poucas palavras a minha total dedicação ao trabalho, à pesquisa, constante formação e muito trabalho ! Quarenta anos de trabalho até à presente data e parar só no último segundo ….

Natural de Matosinhos, nascido em 12 de Maio de 1952. Filho de António da Silva Serrano e de Girólima Lidia Lazzara. Casado com Maria Manuela Santa Pereira da Hora Serrano, um filho.

Gosto de música brasileira, gosto de um bom livro policial mas dou preferência a qualquer livro técnico. Gosto de pesca de mar e tenho uma paixão pela fotografia.
Também partilho o facebook com muitos amigos e escrevo alguns desabafos no meu blog.

Tive uma infância normal, rodeado de muitos amigos. Os meus Pais proporcionaram-me uma boa educação desde pequeno. Começei a estudar no Colégio Alemão e dada a minha rebeldia nunca fui um aluno brilhante, sempre fui um aluno de classificação média. Daí ter percorrido muitos Colégios como: Maristas do Porto, Liceu D. Manuel II, Colégio Brotero, Colégio Almeida Garrett e Liceu Garcia da Horta.

Estudei até ao 7º ano liceal, mas incompleto.

Em 1967, o meu Pai obrigou-me a trabalhar em partime na Fabrica de Conservas Marques Gomes a preencher os cartões de ponto do pessoal.
Na altura o meu Pai era dono de três unidades fabris em Matosinhos, Setubal e em Vila do Conde.

Entretanto a Família era dona de uma unidade de restauração em Matosinhos. Era a marisqueira Tic-Tac. Com os meus dezassete anos de idade tinha a incombência de fechar o caixa sempre que o Pai não estava presente.

Em 1969, a situação económica da família agravou-se e restou apenas a Fábrica de Vila do Conde.

Em 1970 fui nomeado administrador delegado dessa Empresa - Uniconser Produtores e Exportadores sarl. Nessa altura as Fábricas de conservas de peixe só podiam trabalhar apenas seis meses do ano, em defesa do peixe e por esse motivo a industria tinha que manter a maior parte do quadro durante o ano inteiro. Nessa fábrica produzíamos a nossa própria lata em folha de flandres. Setenta por cento do nosso fabrico era para exportação e o restante para o mercado nacional sob a marca “Tic-Tac”. Nessa altura, para rentabilizar os meses parados, dada a falta de peixe fresco, construímos na nossa serralharia, uma linha de despelagem contínua, para o fabrico de pimentos “morrones”em conserva.

Em 1972, herdei da Família uma pequena industria, que era do meu Avô materno a Fábrica “ La Gondola” . uma unidade fabril que salgava o peixe para a fabricação dos filetes de anchova em conserva.

Com as três unidades, estava garantida a matéria prima, durante todo o ano.

Em Junho de 1974, fui obrigado pelo Governo Português a prestar serviço militar em Moçambique. Foi o caos, na minha vida profissional. Destacado para Nampula, fui integrado no Batalhão de Manutenção de Material e responsavel  pela organização Contabilistica.  O Exèrcito Português tinha encontrado  um Mecanográfico que tinha aprendido a trabalhar em maquinas de contabilidade "Ascota" na Escola Tecola no Porto, em 1973.

Nesse mesmo ano a Família vendeu a Fábrica de Vila do Conde e foram para o Brasil. Todos os nossos pertences foram colocados em dois contentores com destino ao Rio de Janeiro, que a “Copcon” confiscou antes de serem embarcados. Os dois contentores foram trasladados para o Sica no Porto, onde foram totalmente saqueados.

A Fábrica de Conservas “ La Gondola” permaneceu aberta sob a gerência de um antigo funcionário.

Regressei do Ultramar em Julho de 1975. Quando cheguei deparei-me com um problema. Tinha uma penhora, por falta de pagamento à Caixa de Previdência. Revoltado com a questão, vendi a Empresa de salga de peixe “La Gondola” ao funcionário e como pagamento exportei toda a matéria prima existente em stock, para o Porto Franco de Manaus – Brasil.

Entretanto, fui estagiar para uma Fabrica de Concentrados de Tomate em Azinhaga do Alentejo onde obti todos os conhecimentos da industrialização de produtos de conserva de origem vegetal. Participei de um outro estágio, da FAU em Barcelona.

A situação estava muito conturbada e resolvi juntar-me à Família no Brasil. Fui para Manaus e abri a Prodex -Importadores e Exportadores, lda. Transformei um pequeno armazém numa câmara frigorífica de conservação para guardar a mercadoria que tinha chegado de Portugal.

Entretanto, adquirimos uma Fábrica de Produtos de origem vegetal. Bihta Industria de Conservas, lda. Produzíamos; Ketchup, mostarda, pickles, molhos, azeitonas recheadas e doces de compota. Era sócio gerente desta Empresa com capital de 33%.

Em 1979, voltei para Portugal, por motivos familiares e fui trabalhar para a Fábrica de Conservas Universal em Matosinhos. Fui responsável pelo departamento de pessoal e correspondente para a exportação. Abri o mercado de exportação para Israel e reformulei todo o processo de fabrico da altura, para o enlatamento a frio, das conservas de Peixe.

Mas as perspectivas eram poucas, trabalhava por conta de outrem sem objectivos, muito limitado e ganhava-se pouco. Tinha que trabalhar ainda de noite, em contabilidade, numa pequena Empresa de acessórios de automóvel.

Em 1981, voltei novamente para o Brasil, ainda possuía 33% de uma Empresa. Comprei as restantes cotas e admiti mais dois sócios investidores. Foram anos gloriosos, mas a inflação começou a minar todas as industrias brasileiras. Chegou a atingir a inflação de 100% ao mês.

Desta forma, os meus dois sócios não conseguiram acompanhar economicamente e fui obrigado a vender a Empresa.

Durante esses anos, terminei os meus estudos. Obtive o Bacharel em Ciências Económicas na Faculdade Integradas de Estàcio de Sá; Frequentei a Fundação Getúlio Vargas, onde me especializei em; Gestão de Marketing;  Administração de Projetos Industriais;  Curso de Propaganda, Promoção e Merchandising; Curso de Administração Hoteleira. 
Curso de Fotografia e Laboratório na Escola Close-up, Rio de Janeiro.
Curso de Fotografia na SARJ - Sociedade de Artes do Rio de Janeiro
Diploma da Associação Brasileira de Imprensa
Menbro da ABEA-Associação Brasileira de Engenheiros de Alimentso
Certificado da Brasil Rio
Certificado da I SEPAL de Engenharia e Tecnologia de Alimentso

Ao mesmo tempo, dedicava algum tempo, na participação e na gestão de uma pequena Fazenda da família , na exploração e criação de Frangos e codornizes com alguns pequenos abatedouros, para escoamento do produto.

Estagiei e pesquisei num Centro de Produção de camarão de agua doce em Mangaratiba no Rio de Janeiro.

Mas a situação familiar, voltou a falar mais alto e voltei novamente para Portugal em 1985. A inflação no Brasil chegava aos 100% ao mês, não era convidativa a qualquer tipo de iniciativa no momento e dada a ligação forte em Portugal, resolvi investir novamente em Portugal.

Adquiri uma unidade de Panificação, com mais dois sócios. Essa Empresa só produzia para cantinas de Empresas. Um dos sócios era o responsável máximo de uma cadeia de exploração de cantinas que gastava diariamente 40.000 pães e 4.000 pasteis. A Empresa estava com sucesso, muito trabalho mas os pagamentos das cantinas começaram a atrasar e os meus sócios não tinham possibilidades económicas para os devidos suprimentos necessários. A sociedade ficou debilitada e tive que partir para outra área.

Dada a formação obtida na Fundação Getúlio Vargas, fui convidado para estagiar inicialmente na maior Agencia de Publicidade de capital português – Cineponto. Depois ofereceram-me o cargo de sócio-gerente da Cinemeios Publicidade e Meios Lda.
Fui um dos sócios fundadores da Agencia BBZ. Entretanto, saí da BBZ e adquiri as restantes cotas da Cinemeios. Nessa altura a Cinemeios tornara-se na quarta maior concessionária de publicidade exterior em Portugal. Fomos os pioneiros na cidade do Porto na implantação de painéis rotativos.

A situação agravou-se, muitos créditos mal parados, excesso de taxação da publicidade exterior, fornecimento de equipamentos ao Estado que não foram liquidados nos devidos tempos. Estruturas demasiadas alguns erros cometidos que originaram o encerramento da Empresa no final de 2007.

Em 2008 fundei uma Confraria Gastronómica do qual sou o Grão Mestre.

Em 2010, fui para Remax, como angariador imobiliário, responsavel pela angariação de catorze milhões de euros em imóveis, que infelizmente não se vendem dada a situação.

Neste momento, estou num projecto interessante, em Network Marketing.
Mas não chega, acho que ainda tenho muito para aprender !

António C Serrano

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