terça-feira, 24 de junho de 2008

Prosa na pena ou pena da prosa...

Eu não quero mais, beber água
estou esgotado de tanto beber
das raízes nobres de moçoilo
amadureci ao lado do estrume
tive altos e baixos momentos
fui forte e bom guerreiro
sempre leal aos meus amigos
mudei-me de mala e cuia, três vezes
procurei sempre ouvir muito
para depois, poder agir demais


Eu não quero mais, beber água
cansei-me tanto de a tomar
enquanto pequeno, em copos de bacará
agora, mais velho, em vidro foleiro
em tempos corpulento, mas hoje flácido
audaz, querendo sempre o primeiro
mas, honesto e muito trabalhador
servi e fui servido, no Ultramar
com a leitura sempre na cabeceira
ouvir, pensar, aprender para agir


Eu não quero beber mais água
sinto-me inquinado pelo Mundo
uma educação esmerada na infância
um envelhecer sem perspectivas
com uma história de algumas guerras
abrindo alas, por solos rochosos
sempre com Fé e muita perseverança
fui indígena em terra de índios
sedento do saber e do conhecimento
mas com cabeçadas e erros, aprendi


Hakot

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